ESPORTES: APÓS REFORMA GERAL, GINÁSIO DO SIDERÚRGICA É REABERTO E ENTREGUE À POPULAÇÃO

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A Prefeitura de Sabará, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, reabriu, neste sábado (30/9), o Ginásio Paulo Florêncio – Poliesportivo Siderúrgica.

O local passou por uma reforma geral. Foram realizadas diversas intervenções, como a troca do telhado, pintura da quadra, reforma dos vestiários e arquibancadas. Com a obra, a população e, principalmente, os amantes de atividades esportivas da cidade, passam a contar com uma estrutura nova e moderna.

Para marcar a cerimônia de reinauguração, jogos foram realizados no ginásio. A solenidade contou com a presença de autoridades municipais, convidados e familiares de Paulo Florêncio.

História de Paulo Florêncio

Paulo Florêncio, Paulinho, como era conhecido, nasceu na cidade de Itabirito, em 26 de junho de 1918. Começou a jogar futebol num clube fundado por ele mesmo, chamado Independente Futebol Clube. Tinha ele, nesta época, 11 anos. Sua posição era de Center-half, num tempo em que os nomes das posições do futebol ainda eram originárias do país de origem, a Inglaterra.

Aos 14 anos, foi convidado para trabalhar na empresa Usina Esperança. Além do trabalho, foi convocado para jogar futebol pelas cores da empresa, porque naquele tempo jogador de futebol não era profissão. Aos 15 anos, chegou a Sabará, juntamente com sua família. Seus dois irmãos Nino e Joãozinho foram jogar no Esporte Clube Siderúrgica, e Paulo entrou para o Arrasta Futebol Clube, um time amador da cidade. Aos 18 anos, já talentoso, foi para o Siderúrgica e, ao lado de Princeza, Chico Preto, Mascotte, Tonho, Rômulo, Cici, e outros, formou a famosa “Academia Sabarense”.

Em 1942, no auge da segunda guerra, o técnico Ademar Pimenta convoca Paulinho, ainda jogando no Siderúrgica, para compor o “Escrete Canarinho”, que participaria do Campeonato Sul Americano de Futebol, no Uruguai. As jogadas do astro com a camisa do Esporte Clube Siderúrgica encantavam, e os elogios às boas atuações acabaram chegando aos ouvidos de Ademar Pimenta, e foi aí que Paulinho se tornou o primeiro jogador de um clube mineiro a ser convocado para a Seleção Brasileira, acabando com a hegemonia do eixo Rio-São Paulo. Uma convocação muito festejada, tanto pelo pessoal do Siderúrgica, quanto da Belgo Mineira, patrocinadora do clube, onde também trabalhava e deu sua primeira entrevista, já como jogador da Seleção.

Paulo Florêncio jogou como titular nos jogos contra o Equador, em 1º de fevereiro, vencendo por 5 a 1, e no empate de 1 a 1, contra o Paraguai, no dia 5. Todas as partidas foram realizadas no Estádio Centenário, em Montevidéu, atuando ao lado de talentosos jogadores como Tim, Domingos da Guia, Zizinho e vários outros. O Brasil ficou em terceiro lugar.

Ao fim, Paulo voltou para o Siderúrgica, dando ao time o inesquecível título de Campeão Mineiro, numa final de três jogos contra o Villa Nova, vencendo a dramática terceira, pelo placar de 1 a 0, gol Arlindo, no Alameda, em BH. Foi vice-campeão em 1938 e 1941, transferindo-se para o Cruzeiro, depois para o Universidade Católica da Venezuela, retornando e encerrando a carreira profissional no Sete de Setembro, em 1960, aos 42 anos de idade. Porém, não deixou o futebol. Em Sabará continuou a engrandecer o futebol amador, levando o Esporte Clube Farol a várias façanhas.

Paulinho, de estatura baixa, tinha um futebol refinado, um meia-esquerda que nunca foi penalizado com expulsão ou qualquer outra punição prevista no Código de Futebol Brasileiro.

Paulo Florêncio foi casado com Maria da Conceição Dias Florêncio – “Dona Nana”, pai de oito filhos, dez netos e bisnetos e viveu com seus familiares, amigos e suas lembranças até 2010, ano em que faleceu. Sem sombra de dúvida, Paulinho foi uma personalidade de Sabará, que merece esta homenagem, respeito e reconhecimento. Para o município é motivo de orgulho ter recebido e convivido com uma importante e talentosa figura do esporte brasileiro, um ídolo, um grande astro da bola, um atleta de valor, um gigante não só na estatura, mas com a bola nos pés, e um ser humano exemplar, de caráter, correto, disciplinado, doce, amado e virtuoso. A doença o levou, mas sua história ficará eternamente registrada nas memórias do futebol do Brasil e de Minas Gerais.

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