O Aedes aegypti
O mosquito Aedes aegypti, principal transmissor dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya foi identificado em 97,8% dos municípios do Estado de Minas Gerais. Faça a sua parte: cuide do seu espaço e previna-se! A responsabilidade de eliminar os focos do mosquito é de todos.
Doenças transmitidas pelo Aedes
O mosquito é transmissor de vírus causadores de doenças que são chamadas de arboviroses. Dentre as doenças mais comuns que estão neste grupo, destacam-se: Dengue, Zika e Chikungunya.
Outros vírus, além dos citados, podem ser transmitidos pelo Aedes aegypti, como o vírus da Febre Amarela, no entanto, até o momento, a circulação desse vírus ocorre estritamente em áreas silvestres, onde outras espécies de mosquitos são transmissoras.
A Dengue
A Dengue é a arbovirose urbana de maior relevância nas Américas. Ela é transmitida por mosquitos do gênero Aedes e possui como agente etiológico o vírus Dengue (DENV), com quatro sorotipos distintos: 1, 2, 3 e 4. Estima-se que 500 milhões de pessoas estejam sob o risco de contrair a doença nas Américas.
Minas Gerais viveu quatro grandes epidemias em 2010, 2013, 2016 e 2019, sendo as epidemias de 2016 e 2019 responsáveis por 49% dos óbitos confirmados desde 2010.
A principal forma de transmissão do vírus dengue é a vetorial, que ocorre pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas no ciclo humano – vetor – humano. Na natureza, esses vírus são mantidos entre mosquitos, principalmente por intermédio da transmissão transovariana.
As manifestações clínicas podem variar desde formas assintomáticas a casos graves e fatais. Os principais sintomas são: febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, prostração, diarreia, dores musculares e manchas vermelhas pelo corpo que podem ser acompanhadas ou não por coceira. Pessoas de todas as idades são igualmente suscetíveis, no entanto, os idosos apresentam o maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar a óbito.
O mosquito Aedes aegypti se prolifera em água parada, assim, os meses mais chuvosos e com altas temperaturas são os períodos do ano com maior transmissão de dengue. Por isso, é importante manter o ambiente limpo e evitar água parada.
Todas as pessoas devem cuidar de suas casas e locais de trabalho, eliminando qualquer ambiente que possa favorecer o desenvolvimento do mosquito, pois os ovos dele podem sobreviver fora d’água por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.
O diagnóstico é realizado a partir de critério laboratorial ou clínico-epidemiológico. A confirmação por critério clínico-epidemiológico. A confirmação por critério clínico-epidemiológico é realizada na impossibilidade de realização de confirmação laboratorial específica ou para casos com resultados laboratoriais inconclusivos. Deve-se considerar a confirmação por vínculo epidemiológico com um caso confirmado laboratorialmente, após avaliação da distribuição espacial dos casos confirmados.
Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue. No aparecimento dos primeiros sintomas, recomenda-se buscar atendimento na Unidade de Saúde mais próxima, para a correta classificação de risco e o estadiamento da doença. Manter atenção aos sinais de alarme, ingerir líquidos e utilizar medicamentos somente sob orientação médica.
Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) e anti-inflamatórios não esteroidais, devido ao risco de hemorragia.
A Febre Chikungunya
A Febre Chikungunya é causada por um vírus (CHIKV), que é transmitido pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti.
A doença pode apresentar um perfil de infecção crônica nos indivíduos infectados, limitante em muitos casos, causando distanciamento do trabalho e das atividades de rotina do indivíduo acometido, devido principalmente a dores intensas nas articulações. Alguns pacientes podem apresentar casos atípicos e graves da doença, que podem evoluir para óbito com ou sem outras doenças associadas, sendo considerado óbito por Chikungunya.
A principal forma de transmissão do vírus CHIKV, causador da Chikungunya, é pela picada do mosquito fêmea da espécie Aedes aegypti. É importante ressaltar que somente as fêmeas que já estejam infectadas pelo vírus serão capazes de transmiti-lo para outro ser humano.
Os mais característicos da doença são as dores articulares, dificuldades de movimentos e locomoção, devido à inflamação das articulações. Esses sintomas podem desaparecer em poucas semanas, no entanto, em alguns indivíduos, o quadro pode permanecer por meses ou anos.
Os outros sintomas da febre Chikungunya são semelhantes aos da dengue, sendo eles: febre alta, dor muscular intensa, dor de cabeça, enjoo, fadiga e manchas avermelhadas pelo corpo. O que difere as duas doenças, são as fortes dores nas articulações, classificadas como poliartralgia. Caso perceba algum dos sintomas citados, procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima e não use medicamentos sem orientação médica.
O mosquito Aedes aegypti se prolifera em água parada, assim, os meses mais chuvosos e com altas temperaturas são os períodos do ano com maior transmissão do vírus causador da Chikungunya. Por isso, é importante manter o ambiente limpo e evitar água parada.
Todas as pessoas devem cuidar de suas casas e locais de trabalho, eliminando qualquer ambiente que possa favorecer o desenvolvimento do mosquito, pois os ovos dele podem sobreviver por um ano fora d´água até encontrar as melhores condições para se desenvolver.
Não há tratamento antiviral para a Chikungunya. O paciente deve manter-se hidratado e o médico deve prescrever medicação de acordo com a faixa etária do paciente e a fase da sua doença, para amenizar as dores articulares e outros sintomas. Não deve ser usado ácido acetilsalicílico (AAS), anti-inflamatórios não esteroidais e corticosteroides.
Não há tratamento antiviral para a Chikungunya. O paciente deve manter-se hidratado e o médico deve prescrever medicação de acordo com a faixa etária do paciente e fase da sua doença para amenizar as dores articulares e outros sintomas. Não deve ser usado ácido acetilsalicílico (AAS), anti-inflamatórios não esteroides e corticosteroides.
A Febre do vírus Zika
A Zika é uma doença causada por um vírus (ZIKV) transmitido por fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti. O vírus começou a circular no Brasil em abril de 2015, após a confirmação, por exames laboratoriais, de amostras positivas de pacientes do município de Camaçari, Bahia.
Os principais modos de transmissão do vírus Zika são pela picada da fêmea infectada do Aedes aegypti e eventualmente pelo Aedes albopictus, e da mulher gestante infectada para o feto (transmissão vertical). Outras possíveis formas de transmissão do vírus, mais raras, são por transfusão sanguínea e por relação sexual.
Manchas vermelhas no corpo com coceira, febre até 38.5ºC, dor de cabeça, dor nas articulações, vermelhidão nos olhos e cansaço. No entanto, uma boa parte das pessoas infectadas não apresentam nenhum desses sintomas.
O mosquito Aedes aegypti se prolifera em água parada, assim, os meses mais chuvosos e com altas temperaturas são os períodos do ano com maior transmissão de dengue. Por isso, é importante manter o ambiente limpo e evitar água parada.
Todas as pessoas devem cuidar de suas casas e locais de trabalho, eliminando qualquer ambiente que possa favorecer o desenvolvimento do mosquito, pois os ovos dele podem sobreviver fora d’água por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.
O diagnóstico é realizado a partir de critério clínico- epidemiológico e é confirmado por exames laboratoriais: isolamento viral, detecção de RNA viral por RT-PCR ou sorologia IgM.
É importante o diagnóstico diferencial com outras doenças que provoquem sintomas semelhantes, tanto para que o paciente receba o tratamento adequado, quanto para a vigilância epidemiológica da doença que é de transmissão recente no Brasil.
Não existe vacina ou tratamento específico contra o vírus Zika. O paciente deve manter a hidratação e procurar atendimento em uma Unidade de Saúde para que ele seja avaliado e receba o acompanhamento adequado ao seu caso.
O médico poderá prescrever medicação para os sintomas, lembrando que não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.
A atenção deve ser redobrada em pacientes gestantes, pelo fato de haver risco de transmissão transplacentária do vírus Zika para o feto. A infecção pode causar malformação do feto, como a microcefalia, e até mesmo levar ao aborto. Os principais cuidados de prevenção são:
- Utilize repelentes aprovados pela Anvisa.
- Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas.
- Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
- Pratique sexo seguro com camisinha.
- Busque uma Unidade Básica de Saúde para iniciar o pré-natal assim que descobrir a gravidez e compareça às consultas regularmente.
- Tome todas as vacinas indicadas para gestantes, pois é uma forma de manter-se protegida contra outras doenças.
- Em caso de febre ou dor ou outros sintomas, procure um serviço de saúde. Não tome qualquer medicamento por conta própria.
- Relate ao seu médico qualquer sintoma ou medicamento usado durante a gestação.
Após o nascimento, todo bebê é avaliado pelo profissional de saúde na maternidade. A medição da cabeça do bebê (perímetro cefálico) faz parte da rotina pediátrica, e também auxilia na suspeita da transmissão vertical da Zika.
Leve seu bebê a uma Unidade Básica de Saúde para o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento, conforme o calendário de consulta de puericultura; e mantenha a vacinação em dia, de acordo com o calendário vacinal da Caderneta da Criança.
Prevenção e proteção do bebê:
- Proteja o ambiente com telas em janelas e portas e/ou mosquiteiro no berço, para evitar que o bebê seja picado pelo Aedes;
- Procure manter o bebê com uso contínuo de roupas compridas – calças e blusas;
- Caso observe manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, procure atendimento em um serviço de saúde.
- Não dê ao bebê qualquer medicamento por conta própria.
Dúvidas Aedes
A picada do mosquito é, sem dúvida, a forma mais importante de transmissão do vírus da dengue, no entanto, a forma transfusional e a vertical (da gestante para o feto) são formas secundárias de transmissão, ou seja, que geram casos mais raramente.
O principal mosquito transmissor do vírus causador da dengue é o Aedes aegypti, mas o Aedes albopictus também pode transmitir a doença em ambientes silvestres onde não se encontra o principal vetor.
Sim. A fêmea necessita do sangue em seu organismo para amadurecer seus ovos e, assim, dar sequência no seu ciclo de vida.
Ele é originário da África Tropical, característico de países com clima tropical e úmido. Ele foi introduzido nas Américas durante a colonização. Atualmente encontra-se amplamente disseminado nas Américas, Austrália, Ásia e África.
Sim, porém, os inseticidas normalmente usados atuam somente sobre a forma adulta do mosquito, surtindo efeito momentâneo e com baixo poder residual. Hoje em dia, há populações de Aedes aegypti resistentes a alguns tipos de inseticidas, por isso, não é recomendado o uso indiscriminado desses produtos tóxicos.
Sim. Além da transmissão vetorial pelo Aedes aegypti, o vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido entre os seres humanos de forma vertical e transfusional. Contudo, os relatos de transmissão vertical (gestante-feto) são raros e a relevância da transmissão por transfusão de sangue contaminado ainda necessita ser avaliada.
Nem toda pessoa picada pelo mosquito fica doente. É preciso que o mosquito esteja infectado com o vírus da dengue. Além disso, muitas pessoas picadas pelo mosquito infectado não apresentam sintomas. Outras pessoas podem apresentam sintomas brandos, que podem passar despercebidos ou confundidos com gripe, existindo, ainda, aquelas que são acometidas de forma grave, com sintomatologia exacerbada, podendo até chegar ao óbito.
O Aedes aegypti é um mosquito que apresenta comportamento sinantrópico, ou seja, possui uma boa adaptação a ambientes próximos aos seres humanos, vivendo preferencialmente nas áreas internas das habitações. Os mosquitos possuem geralmente hábitos diurnos, mas não se engane, se houver oportunidade eles também podem picar à noite. O macho alimenta-se de seivas de plantas e a fêmea de sangue humano. A principal característica morfológica que o diferencia dos demais mosquitos, é a presença de listras brancas no tronco, cabeça e pernas.
A reprodução acontece em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas por diversos criadouros em nossa casa, trabalho ou escola. Os ovos do Aedes aegypti são capazes de sobreviver e gerar novas larvas mesmo após um período de estiagem de um ano, até que retorne o período das chuvas. Por isso, toda a sociedade deve se unir e trabalhar junta para a eliminação dos focos do mosquito.
Confira alguns cuidados simples:
- Mantenha a casa limpa e sem água parada, como: pratinhos de plantas com água, garrafas pet ou qualquer objeto que facilite o acúmulo de água;
- Jamais descarte qualquer outro material que possa acumular água no quintal de casa, na rua ou em lotes vagos. Ao descartar latas, caixas de leite e similares, é recomendável retirar o fundo;
- Mantenha as calhas sempre desobstruídas, evitando, assim, o represamento de água;
- Limpe os bebedouros dos animais domésticos com bucha ou escova pelo menos uma vez por semana e troque a água diariamente;
- Mantenha as piscinas devidamente tratadas;
- As caixas de água devem estar bem tampadas e vedadas. Se optar por armazenar água das chuvas, tampe bem os recipientes;
- A água sanitária também pode ser utilizada para eliminar larvas do mosquito Aedes aegypti. No entanto, ela não pode ser utilizada em recipientes usados para armazenamento de água para consumo humano e de animais. Esse tratamento deve ser repetido semanalmente, de preferência em dia fixo, de modo a garantir que a solução continue efetiva contra as larvas.
- É de grande importância que essas informações sejam passadas adiante, e que esses cuidados sejam tomados pelo menos uma vez na semana para que, assim, possamos interromper o ciclo de reprodução do mosquito vetor e vencer a dengue!
Mitos e Verdades
Não. Os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba e óleo de cravo, comumente comercializados como velas, odorizantes de ambientes, limpadores e os incensos não possuem comprovação de eficácia e não estão aprovados pela Anvisa.
Sim, isso é possível, uma vez que existem quatro sorotipos de vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Assim, uma pessoa que já foi infectada por um dos sorovírus poderá se infectar pelos outros três tipos.
Sim. Elas devem escolher os repelentes com DEET, na versão para adultos (15%), com até 6 horas de duração. É recomendado usar o repelente por cima dos tecidos e apenas na pele exposta (braços, colo, pernas, pés).
Leia as instruções do rótulo do repelente antes de usar!
Sim. Com base na crescente evidência de que o vírus pode ser sexualmente transmissível, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o guia interino de prevenção da transmissão sexual do vírus Zika. A OMS recomenda, dentre outras medidas, a prática de sexo seguro por mulheres gestantes que vivem em áreas de alta transmissão do vírus. O Ministério da Saúde vem acompanhando a situação do vírus Zika no mundo, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) e outros organismos internacionais.
Sabe-se que há outros vírus, parecidos com o Zika, que geram imunidade para a vida inteira, como é o caso da infecção pelo vírus da Febre Amarela. Contudo, as evidências científicas disponíveis até o momento não permitem assegurar o tempo de duração da imunidade conferida pela infecção natural do ser humano pelo vírus Zika.
Sim. A Síndrome de Guillain-Barré é uma reação a agentes infecciosos, como vírus e bactérias. É uma doença neurológica, de origem autoimune, que provoca fraqueza muscular generalizada e que, em casos mais graves, pode causar a paralisia total dos membros, além de comprometimento dos músculos respiratórios e da face. O diagnóstico é feito de forma clínica, a partir da observação e análise dos sintomas, com a complementação de exames laboratoriais.
Não. O Ministério da Saúde esclarece que todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imuização (PNI) são seguras e não há nenhuma evidência na literatura nacional e internacional de que possam causar microcefalia. O PNI é responsável pelo repasse, aos estados, dos imunobiológicos que fazem parte dos calendários de vacinação. Uma das ferramentas essenciais para o sucesso dos programas de imunização é a avaliação da qualidade dos imunobiológicos. O controle de qualidade das vacinas é realizado pelo laboratório produtor obedecendo a critérios padronizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Após aprovação em testes de controle do laboratório produtor, cada lote de vacina é submetido à análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) do Ministério da Saúde. Desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiológicos adquiridos pelos programas oficiais de imunização vêm sendo analisados, garantindo sua segurança, potência e estabilidade, antes de serem utilizados na população.
Não. O Ministério da Saúde somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esses produtos passam por um rigoroso processo de avaliação da World Health Organization Pesticed Evaluation Scheme (WHOPES). Não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de larvicidas à microcefalia. O Ministério da Saúde somente recomenda a utilização de larvicidas em situações especiais, onde há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Estado de Minas Gerais (www.saude.mg.gov.br/aedes)